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ancorar: colher flores

Inspiro profundamente. O teu cheiro libertava-se do lençol como se ali estivesses, adormecida, enroscada em mim. Nunca durmo quando o fazes. A vigilância permanente das noites alimentam-me o amor, disparam a adrenalina do que se vive lá fora.
Despertamos juntos, murmuras palavras vagamente familiares: sei, soletras o meu nome sílaba a sílaba, completas o puzzle. A adivinha da manhã começou, O-QUE-VAMOS- FAZER-MAIS-LOGO? De seguida abraças-me, segredas-me os sons do dia que aí vem.
Cai a noite, estamos entregues aos sentidos de um amor desejado. Juntamos os corpos na intimidade, os focos de luz disputam connosco o brilho das estrelas.

Amanhã cedo levantar-me-ei de novo sem ter pregado olho. Só o rasto do meu caos te conduzirá às memórias frescas, ainda e sempre vivas.

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