Ensaiamos o grito, e esperamos. Abrimos a porta de alma vesga, adoçada pelo tempero cálido do vento instalado. Do nosso refúgio vemos o fogo que consome o mundo, casa a casa. Hesitamos expor a nossa angústia. Todos nos ignoram. Somos fugitivas, marcadas pelo tempo e pela cor da raiva alheia.
De mão em mão passamos o que recolhemos nas horas fartas da civilização. As crianças olham-nos desconfiadas. Daqui controlamos possíveis tentações que o poder instalado fez passar entre os demais. O contágio alastrou-se, imparável.
Temos consciência de que a solidariedade grupal nos há-de devolver o bem que tem faltado. Somos de outros mares, inimigas invisíveis de quem quer combater e não consegue. Soltamos amarras do porto feito partida, acenamos à vista de quem não nos quer ver regressar. A tarde viajada trará memórias desabridas, honras mal paridas, mulheres indesejadas. Somos filhas do quadro pintado, na frente de quem nos leu.
De mão em mão passamos o que recolhemos nas horas fartas da civilização. As crianças olham-nos desconfiadas. Daqui controlamos possíveis tentações que o poder instalado fez passar entre os demais. O contágio alastrou-se, imparável.
Temos consciência de que a solidariedade grupal nos há-de devolver o bem que tem faltado. Somos de outros mares, inimigas invisíveis de quem quer combater e não consegue. Soltamos amarras do porto feito partida, acenamos à vista de quem não nos quer ver regressar. A tarde viajada trará memórias desabridas, honras mal paridas, mulheres indesejadas. Somos filhas do quadro pintado, na frente de quem nos leu.
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