Avançar para o conteúdo principal

Essencialmente Pessoa

Colecção i

Exclusivo: Fernando Pessoa essencial todas as sextas-feiras, grátis, com o i

A partir de 30 de Outubro, e durante 10 semanas, o i oferece-lhe o essencial de um dos grandes génios da literatura portuguesa.


 
Mensagem (Fernando Pessoa): 30 de Outubro



O Banqueiro Anarquista (Fernando Pessoa): 6 de Novembro



O Guardador de Rebanhos (Alberto Caeiro): 13 de Novembro



A Essência do Comércio (Fernando Pessoa): 20 de Novembro



Soneto já Antigo e outros Poemas (Álvaro de Campos): 27 de Novembro



Sobre a República (Fernando Pessoa): 4 de Dezembro



Prefiro Rosas, Meu Amor, à Pátria e outras Odes: 11 de Dezembro



Aviso por Causa da Moral e outros Textos (Álvaro de Campos): 18 de Dezembro



Liberdade e outros Poemas Ortónimos (Fernando Pessoa): 24 de Dezembro



Páginas do Livro do Desassossego (Bernardo Soares): 31 de Dezembro


FONTE: http://www.ionline.pt/conteudo/29696-exclusivo-fernando-pessoa-essencial-todas-as-sextas-feiras-gratis-com-o-i

Comentários

Mensagens populares deste blogue

da via panorâmica

A nossa casa é linda. Repara como aqui apertadinhos estamos tão bem um para o outro. Aqui tudo é teu e meu; nosso, nosso, quero eu dizer! Deixa-me ver, temos o lençol, este saco-cama velho e sujo, a roupa que trazemos no corpo e pronto. De resto nada, de mais nada. Estendidos na relva, de papo para o ar, nem as paredes de uma velha casa em ruínas nos separam do trânsito e das pessoas. Por vezes, pelos menos para mim, o dia custa a passar: levantar-me todos os dias, percorrer um par de metros, parar em frente ao centro comercial e implorar pela misericórdia de quem entra e sai das lojas; cansa-me. De segunda a domingo – sempre, sempre na iminência de nem uma migalha ter para partilhar contigo – deixa-me triste, muito mesmo. Desculpa. Sabes bem que o que nos faz andar nisto é o vício, a dependência de umas gramas de pó, para mim e para ti, em comunhão. Podíamos pensar em trabalhar como todos eles. Sim, a tempo inteiro, a fazer qualquer coisa. Vejo-me até a lavar escadas, a limpar a

de ontem

Fiz-me ao caminho, rumei a Norte. Para trás deixei tudo, aqueles que amava, que detestava, que me eram indiferentes. Ouvi aqui e ali que era doido. “Deixas assim o sítio que te viu nascer?”, “ Mas, e o amor? o nosso amor…”. Nada lhes respondi. Durante anos, olhei para o chão, agora feito de granito, escuro, mesmo em dias em que a luz toma conta dos dias. Sempre na sombra de outros, à espera de acordar de novo, fazer de conta que os caminhos incertos eram os mesmos de outrora, as plantas, os turistas… Com o corpo pesado, a mente turva de ideias vazia, vagueio em terra alheia. Mudar custa sempre, ainda que entre mim e o passado presente, haja somente a distância de um braço de rio.